sábado, 15 de outubro de 2011

Carta pedagógica do 3º dia da Escola de Educadores Populares



PRÁXIS LIBERTADORA

Informe da III Etapa da IV Escola de Formação Política de Educadores Populares

Nº02/11 Brazabrantes – Goiás


“Vem vamos embora, que a muito que fazer...”

As educadoras e educadores acordaram animados, tal qual não víamos há muito tempo em um encontro. Sorrisos, abraços e muito bate papo, contrastando com o tempo chuvoso que nos convidava a permanecer na cama. Mais a grande preocupação era - Pô será se o grande Pedro não irá facilitar para gente? (claro o santo). Nossos assessores e a coordenação preocupados igualmente, é hora de pensar um plano A, B, C se acaso São Pedro resolver a não colaborar. Um tanto quanto atrasada e sobre protesto dos educadores a nossa rádio entrou no ar, ainda sem nome, mais por pouco tempo.

Alguns minutos de bate cabeça, e a chuva mansamente mostra não ter a mínima intenção de nos dar uma trégua. Como não há muito que fazer é hora de iniciar, mais mesmo com o clima, houve quem disse o sol irá sair, afinal ele brilha para todos não é? Claro que para uns um pouquinho mais.

E assim iniciamos com uma mística singela coordenada pelo Educador João Paulo, ao som das batucadas do educador Ronan, e no embalo de uma poesia fomos convidados a rebuscar nossas lembranças do passado e a refletir sobre a importância das mesmas na nossa militância hoje, encerramos afirmando na doce e firme voz das educadoras Verônica, Rosilene e Diessyka - “Agora tem que ser, vai ter que ser, faca amolada”.

Em seguida a equipe de comunicação apresentou algumas novidades, por fim foi anunciado o nome da nossa rádio, uma homenagem aos revolucionários cubanos, e aos 44 anos de morte de Che Guevara, isto é, Rádio Rebelde. Também foi apresentado um espaço permanente para os educadores e educadoras trocarem mensagens, deixar um recado para aquele companheiro ou mesmo fazer avaliação do andamento da nossa escola. Por fim foi apresentado o “Práxis Libertadora”, isto é o informe diário das nossas atividades. Em forma de carta pedagógica.

Então o Educador Paulo o Matoso, e a educadora Arilene retomaram o diálogo iniciado no dia anterior sobre a pesquisa participante, as falas significativas, mais antes acolhemos o Educador Willian Bonfim que chegou chegando para ajudar-nos no processo. Todos estavam eufóricos pelo momento de ir até a cidade para fazer a pesquisa participante, mais até o momento São Pedro não estava colaborando.

Mais antes de ir a campo era necessário nos preparar, então mergulhamos no que caracteriza uma pesquisa participante, seus fundamentos, nada de viajar galera temos que partir da realidade concreta, mais o que é a realidade concreta para Paulo Freire, vamos lá saber. Temos que entender que quem esta do outro lado é um sujeito e não um objeto, e que como também somos sujeitos temos que construir uma relação de sujeito com sujeito.

Temos que ter compromisso sociopolítico e ideológico com a nossa comunidade, fazer com ela e para ela, é hora de “acordar America”, pois estamos cansados de dar muito mais do que receber. Não existem neutralidades educadoras, educadores chegam de ninguém ouvir um grito de dor no canto do Brasil.

A chuva continua implacável, ir ou não ir, eis a questão, ajuda Pedro (o santo), se vamos temos que nos preparar, e para saber minimamente da realidade da cidade, contamos com um importante diálogo com o Pe. Fiorenço vindo lá dá Itália deixar sua marca em terras tupiniquim.

Antes um lanche, e na hora do lanche a rádio rebelde entra no ar, de matanza a Janis Joplin, O Rappa a Silvio Rodrigues, de Laide Gaga a Jorge e Matheus? Isso sim é uma rádio democrática meu povo. E tem sorteio ao vivo, com o patrocínio da AFAV de Leopoldo de Bulhões, camiseta de hellowen (é assim que se escreve? Não sei, não vou pesquisar) para a galera.

O Padre começou com uma bonita mensagem “Temos que preparar os indivíduos para o planeta e não o contrario”. Reconheceu o nosso importante trabalho e nos parabenizou pelo mesmo. Já Brazabrantes a realidade não é tão animadora, cidade dormitório, agronegócio forte, desemprego, saúde e educação precárias, cultura zero, esporte e lazer só na TV, que, aliás, não existe si quer uma rádio local. Um prefeito turista e vereadores alienados, claro não no momento de encher os bolsos.

Após dialogarmos com o Padre Fiorenço, partimos em grupo para o levantamento das hipóteses, que exercício gostoso, mais legal foi à apresentação dos grupos e o diálogo em seguida, melhor mesmo foi ver a chuva indo embora e a perspectiva real de irmos a campo.

Em Brazabrantes a mais igreja que fieis, infelizmente não é privilegio daqui, assim como as questões principais que atingem a cidade, mais será que é o mesmo pensamento da população? Mais deixemos para depois toda essa indecisão, pois é hora do almoço. Rádio Rebelde entra no ar.

Após o almoço reunião da coordenação, há muito que fazer e pouco tempo para executar, e ai o que fazer? E ai fazer o que? Vamos repensar esse tempo de lazer. Ver e rever a programação, planejar e replanejar. Nas ondas da rádio ouvimos – coordenação é hora de voltar, não é que o sol esta dando sinais de que irá voltar, mais uma vez eu sei.
É hora de então nos prepararmos para ir a campo, mais antes dialogamos como deve ser a postura do educador, não levar nenhum instrumento para não inibir as pessoas, prestar muita atenção na linguagem corporal, sabia que o corpo fala? Recolher apenas falas significativas, mais sabe o que de fato é uma fala significativa? Quais as características de uma fala significativa? Tem que apresentar uma visão de mundo, ter um limite explicativo, o qual nós temos uma posição contraria, e ser fiel a linguagem do povo - tá ligado mano, uia so a coisa ta braba. Despimos-nos dos nossos preconceitos e vamos a campo.

Antes vejamos alguns exemplos de falas significativas e construamos um roteirinho a seguir, por fim dividimos a turma em duplas e os direcionamos para pontos estratégicos. A turma desce numa felicidade incrível, vamos ver no que vai dar, sobre tudo quando souberem que queremos adiar o momento de lazer.

Todos voltam animados discutindo as possíveis falas significativas assim como sistematizando a experiência vivida, o entusiasmo que voltaram não dá para descrever aqui, só vivenciando, vejamos o resultado de tudo isso depois. Depois, pois a turma não abriu mão do momento de lazer cultural.

A rádio Rebelde entra no ar, assim como a vaquinha cada vez mais magra para comprar umas brejas, até que rendeu. Na cozinha aquele cardápio especial. Todos foram de arrumar, educadoras cheirosas, educadores nem tanto. E assim o lazer ou noite cultural começou sedo, neste exato momento o pau ta comendo solto, e como não somos de ferro vamos lá fazer uma social com a galera. Que fique registrado a grande performance de dona Judite, além de dar um show na cozinha fazendo nossas refeições mostrou se uma dançarina de primeira.

Assim terminamos o nosso informativo musical, perdoe-nos os possíveis erros e as frivolidades, é tudo culpa da cevada, ouvindo Guilherme e Santiago? Meu Deus (que não acredito muito) isso me lembra os Inocentes “Abaixa, abaixa o nível um pouco mais...” É isso por enquanto amanhã tem mais.


EQUIPE DE COMUNICAÇÃO DA III ETAPA DA IV ESCOLA DE FORMAÇÃO POLÍTICA DE EDUCADOR@S POPULARES

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