segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Carta pedagogica do ultimo dia da Escola de Educadores Populares



Informe da III Etapa da IV Escola de Formação Política de Educadores Populares

Nº04/11 Brazabrantes – Goiás

“Bem unidos façamos, nesta luta final, uma terra sem amos, a internacional.”

O dia amanhece com o som de uma voz na rádio Rebelde, acordem educadoras e educadores, já são 08h00 da manhã - 08h00 horas? Não seria 07h00? Acorda minha gente, estamos no horário de verão. Então o que se ouvi é uma correria só, todos pulando da cama e se preparando para tomar o café e seguir para plenária. Assim damos inicio ao nosso ultimo dia da IV Escola de Formação Política de Educadores Populares.

O Educador Willian retoma a assessoria, é hora de organizarmos o nosso plano de ação, isso é, o que podemos fazer na comunidade de Brazabrantes onde fizemos a pesquisa participante, para tentarmos superar os problemas apontados. Mais antes vamos dar uma retomada em todo o processo, de toda a construção e aprendizado que estamos tendo dês do seminário de abertura realizado na quarta-feira (12/10/11).

Começamos dialogando no seminário sobre a importância da luta contra a criminalização dos movimentos sociais e da pobreza, a violência e por garantia de direitos sobre tudo de Juventudes, Mulheres, Negr@s e LGBT´S.

No segundo dia, já em Brazabrantes, fizemos um resgate histórico da luta pela educação popular no Brasil e em Goiás, depois fizemos um aprofundamento sobre a educação popular na perspectiva freiriana. Já no terceiro dia dialogamos e nos preparamos para pesquisa participante, características, fundamentos, falas significativas e também fomos a campo realizar a mesma.

Já no quarto dia, apresentamos o resultado da pesquisa participantes, selecionamos as falas significativas, identificamos o tema gerador, contra tema, fizemos a problematização e a redução temática. Agora no nosso ultimo dia era o momento de construir o plano de ação.

Antes de irmos para o trabalho em grupo discutimos algumas características que devem ter a atividade pedagógica que deveríamos pensar. É o momento da conscientização que para Paulo Freire significa conhecer e agir, sabendo que ações pontuais não resolvem, as mesmas têm que ser processuais e continuas. Fomos levados a refletir por que optamos pela educação popular e qual é o nosso real compromisso com ela.

Como bem coloca Paulo Freire somos seres em construção continua, vivemos hoje em um período de uma intensa batalha ideológica e precisamos nos posicionar, há muitos processos educativos que pouco avançam, pois são pontuais, temos que lembrar sempre daqueles que dedicaram suas vidas a luta dos oprimidos.

Vejamos alguns exemplos de atividades construídas a partir de duas óticas, não é fácil ser educador popular, isso funciona mesmo? Tem que ter compromisso político e ideológico. Mais a verdade é que nem todo mundo tem luz boa? Por que não a luz para todos? E não adianta fazer gato viu galera. Tem que se esforçar para ter coerência metodológica. Meu o negocio não é mamão com açúcar.

Em grupos, educadoras e educadores foram construir uma atividade inicial com a comunidade – atenção coerência metodológica minha gente. E a turma vai discutindo animadamente - é por aqui, tem que ser isso, organização popular meu povo. – Uma roda de conversa. - Uma oficina de formação. E por ai vai.

É hora de apresentar a atividade construída em grupo, o que não faltam são idéias boa, às vezes muito ambiciosa para uma primeira, mais vamos lá. – Roda de conversa sobre organização popular. – Oficina sobre processo de participação social e política.

E ai o que acharam? Fala meu povo. – É complexa, tem que ter uma opção política e é acima de tudo um desafio. – Cara é muito massa, já praticamos um pouco de tudo isso, mais não sabíamos que fazíamos.

Não esqueçamos de reafirmar nossa opção metodológica, a busca pela transformação dessa realidade, mais queremos ouvir mais vocês. Ouvir e escutar o outro, partir para o dialogo. – Saber ouvir, compreender e servir. Mais um exercício educadoras e educadores, ensinar exige: Amor, compreensão, fé, coragem, decisão, utopia, esperança entre outros.

Não acabou depois do almoço vamos retornar para fazer a avaliação e a mística final, então vamos lá, Rádio Rebelde no ar. Utilidade pública. – Alguém viu um boné por ai? Quem achar ganha um prêmio. Boné achado prêmio dado. - Vamos organizando o espaço educadores antes de retomar, que depois é só ir para casa. Rádio Rebelde anuncia. – É hora de retomarmos pessoal.

Vamos então fazer a avaliação em grupos, depois tem que apresentar. – Ta bom, não ta 100%, mais ta bom. E a avaliação? – Ta bom, não ta 100% bom, mais ta bom. E assim abrimos para todos, é hora de apontarmos os nossos acertos de toda a caminhada, dês da primeira etapa, mais sobre tudo apontar nossas falhas para que possamos corrigir nas próximas. E a avaliação é positiva, os educadores e educadoras não dão moleza, criticam e criticam fortemente, mais também se auto avaliam e reconhecem seus erros e limites, é isso ai, assim vamos procurar melhorar.

Soa uma batucada no tambor e uma voz ecoa (voz sem ritmo e descompassada) “De pé oh vitimas da fome, de pé famélicos da terra...” e assim ressoa em toda a sala o hino da classe trabalhadora, a velha “Internacional Comunista”. Todas as educadoras e educadores com punhos esquerdos serrados em riste cantam – Bem unidos façamos nesta luta final, uma terra sem amos, a internacional.

Na tela surge o povo latino americano – “Um pueblo sen tierra, pero que camina”. Pois apesar de nos explorarem e roubarem nossas riquezas, cantamos – Não se pode comprar o vento, não se pode comprar o sol, não se pode comprar a chuva, não se pode comprar minha alegria, não se pode comprar minha dor. – Assim vamos caminhando, pois aqui se respira luta.

Por fim presenteamos nossos companheiros e companheiras com uma lembrança de Paulo Freire e uma palavra de utopia, e encerramos com uma roda de beijos, agradecendo a todas e todos pela disposição e reafirmando o nosso compromisso pela transformação e superação dessa sociedade opressora que nos oprime, e que de tanto nos oprimir, nos torna muitas vezes opressores.

Então é hora de pegar nossas malas, jogar as mochilas nas costas e ir de volta para casa, para casa não, é hora de ir para guerra –“Pois somos do povo os ativos, trabalhador forte e fecundo, pertence a terra aos produtivos, ó parasita deixe o mundo.”

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO DA III ETAPA DA IV ESCOLA DE FORMAÇÃO POLÍTICA DE EDUCADOR@s POPULARES

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