sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Práxis Libertadora: Carta pedagogica do 1º e 2º dia da Escola de Educadores Populares
Informe da III Etapa da IV Escola de Formação Política de Educadores Populares
Nº01/11 Brazabrantes – Goiás
Assim começamos a nossa III Etapa
Olá Educadoras e educadores populares, após alguns meses voltamos a nos encontrar para finalizar o nosso processo formativo iniciado em junho no assentamento Palmares em Varjão, como não podia ser diferente nosso reencontro foi marcado de abraços e troca de carinho pelo reencontro, reafirmando a nossa amizade inquebrantável construída neste processo.
Está terceira etapa começou animada com a importante discussão sobre “Juventude, mulheres, negros e negras, LGBT´S, contra a criminalização da pobreza, dos movimentos sociais, a violência e pela garantia de direitos”. A banda “mulherada” abriu o seminário no embalo da ciranda e de um samba improvisado, em seguida foi a vez do artista popular de rua Marcos trazer em sua mala um monte de gargalhada para os educadores e educadoras presentes.
Em seguida movimentos sociais (Juventude, negros/as, mulheres, LGBT´S) compartilharam suas experiências e vivencias na luta contra a criminalização e por garantia de direitos. Para aprofundar o diálogo contamos com a ajuda dos companheiros Alan, Janira e Selvino. Percebemos nas falas e no diálogo a condição de exploração em que se encontram esses grupos assim como a necessidade de nos organizarmos e lutarmos para superar essa condição de exploração assim como por garantia de direito.
Após o seminário pegamos nossas malas, jogamos as mochilas nas costas e seguimos rumo ao Instituto Santa Monica em Brazabrantes para dar continuidade a nossa escola de formação, ocupamos o espaço, comemos uma deliciosa macarronada e fomos para cama descansar depois de um longo dia.
2º dia
Todos acordaram rejuvenescidos, claro alguns demoraram mais um pouco para levantar, mais pouco a pouco todos foram se integrando ao grupo. Após o café da manhã, fomos para capela vivenciar um momento de mística e integração. No embalo da cultura indígena brincamos com os sons das vogais dos nossos nomes, viajamos nos significado dos mesmos e compartilhamos na linha de nossas vidas a marca de nossa militância com os nossos companheiros.
Após este momento fomos para plenária onde apresentamos a programação da etapa, assim como as adequações e acordos coletivos firmados por todos, e a divisão de tarefas nas equipes de trabalho propostas (mística, animação, relatoria, infra-estrutura, comunicação).
Em seguida a educadora popular Márcia do Fórum de EJA e da rede municipal de ensino de Goiânia, dialogou com a gente sobre as experiências de educação popular no Brasil em especifico em Goiás.
Vimos o protagonismo da UNE no processo da educação popular na década de 60, assim como a experiência de Paulo Freire na periferia de Recife, o MEB coordenado pela igreja católica, o MOVA em Sampa e a experiência no RS. E assim o diálogo foi se desenvolvendo com os educadores e as educadoras percebendo a bonita história que se construiu mais o quanto ainda é preciso se caminhar para de fato acontecer o empoderamento da classe trabalhadora para a classe trabalhadora.
E os desafios então foram colocados, que precisamos enfrentar. Fazer da universidade pública de fato um espaço de empoderamento dos movimentos populares e não conservador tal qual é hoje, superar a concepção individualista e entender que ninguém educa ninguém. Saber se posicionar nos períodos eleitorais para que tenhamos verdadeiros representantes do povo e não ao contrario. Por fim agradecemos a companheira pela grande ajuda e lhe demos uma lembrança do mestre Paulo Freire como recordação da escola. Então fomos para o almoço.
E na hora do almoço entrou no ar a radio? (Sou freiriana, dialógica, Rebelde, Recid, Inter classes, Pião) são as educadoras e educadores que escolheram democraticamente o nome da nossa radio que animará os intervalos de nossa programação, tocando aquele som maneiro que pode ser indicado por qualquer um, como também com o microfone aberto para quem quiser deixar um recado, uma mensagem ou dar apenas aquele Alô.
Após o almoço alguns resolveram descansar, outros caminhar até o Centro da cidade, e o som da rádio? Continuou a tocar, até o momento de chamar a turma de volta para a plenária.
No período da tarde com a assessoria dos educadores Ângela e Paulo Sergio mergulhamos no aprofundamento sobre a concepção de educação popular na perspectiva freiriana. Para tanto inicialmente nos dividimos em grupo para ler o terceiro capitulo do livro de Paulo Freire “A pedagogia do oprimido”.
Em seguida após o lanche partimos para o diálogo e aprofundamento com os educadores Ângela e Paulo “o Sergio” sobre a metodologia de Paulo ” o Freire”. Vimos os princípios gerais da educação popular, prática libertadora, diálogicidade, o diálogo como método de trabalho, a intencionalidade política entre outros, tudo isso em um diálogo dinâmico com os educadores e educadoras.
Assim mais uma etapa foi superada mais o dia ainda não havia acabado, a Rádio? Mais uma vez entrou no ar, para animar corações e mentes. Mais por problemas técnicos na rede de transmissão sem explicação saiu do ar, mais a janta esta na mesa é hora de jantar. Alguns animadinhos foram desbravar o centro da cidade, outros saíram arrecadando fundos para cerveja de mais tarde.
Após a janta fomos convidados a adentrar a capela, a nos jogarmos no chão e relaxar, a nos entregarmos ao comando do educador vindo lá de Mato Grosso do Sul, com sua sacola de surpresa, ele que quis fugir mais foi pego no laço, agora um abraço.
Mais foi legal, foi relaxante, tanto que até ouvimos roncos. É não era para dormir, era para viajar, alguns o fizeram, foram até Porangatú, encontraram amores distantes, andaram por caminhos errantes, mais como Paulo o Matoso, não o Sergio e nem o Freire, como prometido trouxe todos de volta a realidade, mesmo com alguns dizendo quero ficar por aqui.
Começamos a entender sobre a pesquisa participante, com seis especialistas de primeira viajem, mais nada que uma colinha não ajude a passar a mensagem. Mais com o correr da hora é hora de parar, mais não antes de fazer uma rápida avaliação da caminhada, continuar o certo e ajustar o que não está indo bem.
Para equipe de mística mais uma reunião ajustar as coordenadas para o iniciar do próximo dia, mais essa fazemos com alegria, proposta apresentada, proposta aceita, um rápido ensaio, agora é só executar.
Por fim encerramos mais um dia, não sem antes uma rodinha de violão e uma cervejinha que ninguém é de ferro, é já passa da meia noite vamos dormir. A nossa saga continua em uma próxima edição.
EQUIPE DE COMUNICAÇÃO DA III ETAPA DA IV ESCOLA DE FORMAÇÃO POLÍTICA DE EDUCADOR@S POPULARES
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