quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ATO ECUMÊNICO pelos mortos e desaparecidos pela ditadura militar e pela violência policial de hoje.



ATO ECUMÊNICO pelos  mortos e desaparecidos pela ditadura militar e pela violência policial de hoje.
DIA: 02 de Novembro de 2012 - Dia de Finados
HORÁRIO: 10 horas
LOCAL: Cemitério Municipal de Goiânia - Cemitério Parque ( próximo ao Setor Urias Magalhães)

D. Tomás Balduino, Frei José Fernandes e o Reverendo Elias conduzirão o Ato Ecumênico. 
O Ato acontecerá no corredor central do Cemitério e terminará com uma visita ao túmulo do Ismael Silva de Jesus, um jovem estudante goiano morto pela ditadura militar em 1972.

REALIZAÇÃO: Comitê Goiano pela Verdade, Memória e Justiça


                 


                                                  Sexto Mandamento: NÂO MATARÁS

                                          "Quando a dor vira resistência"

               Hoje, Dia de Finados, é um dia de lembranças e profunda reflexão sobre a vida e a morte, sobre a verdade e a justiça.  
             
               A violência policial desencadeada no Brasil a partir da ditadura militar revela o caráter autoritário e repressor de uma política de segurança que não protege, mas ameaça e afronta os mais elementares direitos do cidadão, fere a Constituição Nacional e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
   A ditadura militar implantada no Brasil a partir do golpe de 1964 perseguiu, prendeu, assassinou e desapareceu com pessoas que não concordavam com o regime ditatorial e queriam uma sociedade livre e democrática.  Essa violência ficou impune e por isso ganhou força para se aprimorar. Hoje, num governo democrático, a violência policial que se abate contra a sociedade civil repete o terror,  implanta o arbítrio e a injustiça. O Estado, com sua conivência, tem arrancado de nós dezenas de vidas todos os anos, a maioria jovens, que “desaparecem” misteriosamente em abordagens policiais, sem o direito à defesa, à  recuperação ou ao dever da reparação com um justo julgamento.
               Sabemos que, apesar de consideradas desaparecidas, essas pessoas foram assassinadas. Queremos saber quem as matou, em que circunstâncias ocorreram os fatos e onde estão seus corpos, para que eles possam ser sepultados com a dignidade que suas famílias desejam.
                A  sociedade  civil organizada se une para exigir dos nossos governantes e representantes democraticamente eleitos  que cumpram a nossa Constituição Federal; que estabeleçam uma política de segurança capaz de propiciar a convivência fraterna entre  as pessoas num Estado de garantia de direitos e deveres, próprio do regime democrático.
- Pela apuração dos crimes da ditadura militar no Brasil.
- Pela apuração dos crimes da violência policial no Brasil.
- Pela punição aos torturadores e criminosos.

Goiânia (GO), 02 de Novembro de 2012.

Comitê Goiano pela Verdade, Memória e Justiça

ANIGO - Associação dos Anistiados, pela Cidadania e Direitos Humanos do Estado de Goiás Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado de Goiás
Comitê Goiano Contra a Violência Policial
Grupo de Vivência Ecumênica de Goiânia
 Instituto de Apoio aos Povos do Araguaia
 Rede de Educação Cidadã de Goiás
 UEE - União Estadual de Estudantes
UGES - União Estadual de Estudantes Secundaristas
Mandato da Deputada Federal Marina Santanna

7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul


FESTIVAL DE CINEMA E DIREITOS HUMANOS
FAZ HOMENAGEM A EDUARDO COUTINHO

*** exibições gratuitas acontecem em 27 capitais de 7/11 a 20/12

*** programação reúne 37 filmesrepresentando oito países da América do Sul

*** acessibilidade garantida em sessões com audiodescrição e closed caption

*** na programaçãodiversos longas-metragens inéditos no Brasil

*** elencos das obras destacam Denise FragaSimone SpoladoreBruno Perillo,
Antonio PetrimCaio BlatDaniel de OliveiraCássio Gabus Mendes e Ângelo Antônio

*** Lei Maria da Penha inspira dois filmes brasileiros

Um total de 37 filmesincluindo vários títulos inéditos no paísestão na programaçãoda 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sulque inicia-se a partir de 7de novembro e segue até 20 de dezembroatingindo as 26 capitais estaduaisbrasileiras e o Distrito Federalsempre com entrada franca.

O grande homenageado do evento em 2012 é o brasileiro Eduardo Coutinho,considerado um dos mais importantes documentaristas da atualidade em todo omundoSeu trabalho é reconhecido pela sensibilidade e pela capacidade de ouvir ooutroregistrando sem sentimentalismos as emoções e aspirações das pessoascomunsEstão programados o clássico “Cabra Marcado Para Morrer” (1984),premiado no Festival de Berlim, “Santo Forte” (1999), um mergulho na intimidade decatólicosumbandistas e evangélicos de uma favela cariocae “O Fio da Memória” (1991), mosaico sobre a experiencia negra no Brasil a partir da figura de um artistapopularCoutinho tem encontro com o público no dia 24/11, sábadoàs 16h30, naCinemateca Brasileira (São Paulo).

A programação traz ainda uma série de títulos inéditos no circuito comercialcomoos longas-metragens “Hoje”, de Tata Amarale “O Dia Que Durou 21 Anos”, deCamilo TavaresO documentário “O Dia Que Durou 21 Anos” revela documentossecretos que confirmam articulações de governos norte-americanos para aderrubada do presidente João Goulartseguida pela instauração da ditadura militarbrasileira (1964-1985). “Hoje”, por seu turnoaborda reflexos atuais de fatosocorridos durante essa mesma ditadura e tem no elenco Denise Fraga e o atoruruguaio Cesar TroncosoO filme foi o grande vencedor do Festival de Brasíliaondeacumulou cinco premiaçõesinclusive de melhor filme e de melhor atriz.

Também inédito comercialmente no paíso colombiano “Chocó”, de Johnny HendrixHinestrozafoi lançado pelo Festival de Berlim deste ano e transformou-se em grandesucesso de públicomeio milhão de pessoas assistiram ao filme na ColômbiaA obradestaca os problemas do desempregodo desalojamento e da violência doméstica.

Com sua estreia mundial também promovida pelo Festival de Berlimo indicadooficial pelo Uruguai ao Oscar de Filme Estrangeiro “A Demora mostra uma mulher,de família pobreque não consegue internar seu idoso pai em um asilo e acabatomando uma atitude drásticaAssinado pelo cultuado diretor

Seminário Juventudes na Contemporaneidade


Será realizado, nos dias 8 e 9 de novembro, o Seminário Internacional Juventudes na Contemporaneidade. As inscrições estão abertas no site oficial do evento . A promoção do evento é uma parceria entre a Casa da Juventude Pe. Burnier, a Universidade Federal de Goiás, a PUC-Goiás, a Universidade Estadual de Goiás e o Instituto Dom Fernando (IDF).

A conferência de abertura será proferida pelo professor Dr. José Machado Pais, da Universidade de Lisboa. O evento terá três mesas de debate, com os temas “Protagonismo Juvenil e Subjetividade”, “Políticas Públicas e Cidadania” e “Movimento Cultural Juvenil”. A programação completa encontra-se, também, na página do evento e pelo e-mail: seminariojuventdes@gmail.com.

O evento recebe, ainda, trabalhos que serão divididos pelos seguintes grupos de trabalho: GT1 – Culturas juvenis e espaços sociais; GT2 – Juventude, direitos humanos e conflitos; GT3 – Juventude, educação e escola; GT4 – Religiosidades juvenis e práticas do simbólico; GT5 – Juventude, trabalho e emprego; GT6 – Juventude, participação política e cidadania; GT7 – Juventude, tecnologia e novas sociabilidades.

Ocupação MST- GO -2012- Egídio Bruneto - Fazenda Caieira rio dos patos..wmv

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O desafio da educação para participação social

*Por Marcel Farah

Nosso tempo pede mudanças. Hoje nosso continente é um balaio de experiências de governos novos, não alinhados ao conservadorismo e à exploração imperialista, apoiados pela classe trabalhadora, seguimentos sociais historicamente subalternizados, e, ao mesmo tempo, por parte das burguesias nacionais. Simultaneamente vivemos a retomada do planejamento estatal, o crescimento econômico, transferência de renda, inclusão pelo consumo, participação social, diálogo com movimentos sociais, recuperação da auto-estima, políticas para mulheres, negros/as indígenas, e nos diferenciamos do conservadorismo europeu em relação à crise. Por outro lado, somos um canteiro de obras do capitalismo, com seu belo monte de hidroelétricas, imobiliárias e agronegócio. Falo da América Latina, Caribe, Chaves, Evo, Rafael, Mujica, Dilma e outros governos, seus avanços e suas contradições.
Parte destas mudanças passa pela maior participação popular no destino destes países. Processo inédito para um continente colonizado cuja soberania esteve historicamente à disposição das elites submissas às grandes corporações e países ditos centrais.
Educação política e política educacional
Desde o início do Governo Dilma a Secretaria Geral da Presidência da República, dando continuidade às conquistas do Governo Lula, estabeleceu como meta a consolidação e formalização de uma política e um sistema nacional de participação social. Um dos elementos mais desafiadores desta política refere-se à transformação da cultura política da sociedade brasileira, no sentido de incentivar uma maior organização popular e participação política.
A educação é, sem dúvida, um dos instrumentos de transformação cultural de que o Estado dispõe. Contudo, as próprias políticas educacionais, vistas do ângulo estatal, confundem educação com escola, e esta com a porta de entrada para o mercado de trabalho. Portanto a questão sobre a efetividade das políticas públicas para uma educação para a participação fica incompleta, pois a educação não-formal, da rua, da esquina, da praça do debate público, voltada para a sociedade como um todo e não apenas para o mercado, fica de fora.
As mudanças culturais podem ter na educação um de seus pilares. Contudo esta demanda encontra-se estancada. O Governo Brasileiro pouco avançou em qualificar a educação como um direito. Direito à emancipação, voltada para alimentar a transformação social, e não como um serviço prestado ao cidadão. Apesar do aumento do sistema de educação pública superior nos últimos dez anos, pouco fez para reverter o processo privatista da década de 1990. Hoje o quadro ainda é de predomínio das empresas privadas de educação no ensino superior, sendo que, de 2365 instituições de ensino superior apenas 284 são públicas frente a 2081 empresas privadas (Censo da Educação Superior 2011 – MEC).
Participação política é educação. De um lado, participar de conferências, conselhos, mesas de diálogo, entender como se constroem políticas públicas, entender como funciona o Estado e o orçamento público; de outro lado, participar de movimentos sociais, de associações, organizar-se para reivindicar direitos, mobilizar-se, manifestar-se coletivamente: são momentos de ensino/aprendizado. Para além das tradicionais políticas educacionais o Estado propicia e lida com diversas outras práticas educacionais. Tanto nos espaços de participação quanto na sua relação com a sociedade civil organizada. Isso tudo é educação, em geral, fora da escola.
A prática da participação fortalece valores e re-significa o papel e o conceito do Estado e da Sociedade Civil. Coloca à sociedade o papel de definição política, o papel da construção de políticas públicas, o fazer da gestão pública. Papeis, antes do Estado, agora também da Sociedade. Por tudo isso, a participação é algo que mexe com o Estado e questiona o patriarcado e o autoritarismo desta instituição.
O desafio da educação para a participação vai além das competências de um ministério (Secretaria Geral da Presidência da República), pois envolve todo o Governo, além de estados, municípios, legislativos, judiciários e a própria sociedade. Por isso uma política de educação para a participação deve extrapolar o âmbito de um ministério e até mesmo do Governo Federal. Este é o desafio colocado por uma reforma cultural e educacional – a intersetorialidade.
Criado ainda em 2011, o Departamento de Educação Popular e Mobilização Cidadã[1], tem atribuições de articular setores sociais e governamentais em torno de ações de educação popular e cidadã. A partir da experiência da Rede de Educação Cidadã, já existente no Governo Lula, o grande desafio é dar institucionalidade para as diferentes atividades de educação não-formal, em geral fora das escolas, a partir da Sociedade Civil.
Neste sentido, o referido departamento vem se empenhando na construção de um Programa Integrado de Formação para coordenar e articular as diversas, porem dispersas atividades de formação existentes no Governo. É um grande trabalho, mas que aponta para a gradual superação da carência de construção de uma educação para a participação.
Educador educando, educadora educanda
À democratização do Estado é imprescindível a educação baseada no diálogo estado x sociedade. Uma educação que supere o perfil mercadológico da escola, patriarcal da família, concentrador de terras do campo e violento das periferias urbanas. Uma educação que motive as intervenções públicas, a organização coletiva e possibilite a construção de novas relações de sociabilidade, mais justas e igualitárias.
Somente um Estado que se assuma educador e educando, que ensina e aprende no diálogo social para aperfeiçoamento de sua gestão e melhor representar os interesses populares chega aos reais problemas do povo.
Paulo Freire dizia que: "a educação não transforma a sociedade. Ela transforma os indivíduos que são os sujeitos que transformam a sociedade". Nesta perspectiva, a educação popular é um dos instrumentos estratégicos na construção de uma 'revolução moral e intelectual' para a transformação social. E, assim, ela é parte integrante e essencial de qualquer projeto de sociedade que caminhe no sentido da emancipação, que busca agir na mudança de posturas, sentimentos e valores e estruturas e aponta para novas relações sociais.
Brasília 29 de outubro de 2012.
Marcel Farah

[1] Compõe a Secretaria Nacional de Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência da República – Decreto 7688/2012.