Goiânia, 01 de fevereiro de 2013.
Solicitação
Emergencial,
Aos amigos
e amigas,
No dia 13 de Novembro de 2012 no Assentamento Canudos
localizado no município de Palmeiras de Goiás, no Estado de Goiás foram presas
as pessoas de Belchior Viana Gonçalves e Paulo Roberto de Sousa, com preventiva decretada
pelo magistrado Alderico Rocha Santos, em substituição, na 11ª Vara Federal da
Seção Judiciária do Estado de Goiás foi fundamentada pela garantia da ordem
pública, da aplicação da lei e da conveniência da instrução criminal.
Os dois companheiros são
lideranças locais e estão sendo acusados de desvios de recursos públicos,
estelionatos, intimidação e ameaças, e formação de quadrilha. Estas prisões são reflexos da história de luta
pela terra e para permanecer nela no Assentamento Canudos. Refletem também a
ausência da política pública de Reforma Agrária no Estado de Goiás.
Perderam o direito de
liberdade, o mais relevante e sagrado de todos os direitos da pessoa humana.
Não puderam argumentar, apresentar seus fatos, as contradições e suas circunstâncias
antes da medida coercitiva Estatal.
Os dois são lideranças do
Assentamento Canudos. Defendem e praticam a agroecologia, a produção na forma
de cooperação, a condução ética e transparente dos projetos sejam de financiamento
público ou privado e têm o respaldo e apoio da grande maioria das famílias
assentadas de lá. Contribuem na articulação, apoio e motivação para viabilizar
um conjunto de políticas de compras de alimentos implementados pelo governo
federal.
Nunca responderam a nenhum
processo administrativo ou judicial por qualquer motivo que fosse. Sempre
participaram das atividades organizativas, culturais e produtivas do
assentamento. Seus lotes são referências de produção, sempre visitados por
pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento. Ou seja, são pessoas da
política, da vida orgânica do Assentamento Canudos e do Movimento Sem Terra.
Por isso, obviamente, contrariam interesses, o que é normal numa sociedade de
poder e de lutas de classes. Referidos interesses, por outro lado, primam pelo
desvio ético-legal e o anonimato. Objetivam o fim da Reforma Agrária, o
fortalecimento do latifúndio e a destruição dos movimentos sociais do Campo. Assim,
é preciso repensar a Reforma Agrária. Reforma Agrária não é caso de polícia. É
política constitucional da ordem econômica; é esteio do desenvolvimento de uma
nação.
A prisão preventiva de
Belchior e Paulo é a absoluta confirmação de que as autoridades do executivo,
legislativo e judiciário ainda não conhecem a cultura do desenvolvimento
sustentável, humano e agroecológico do campo.
É preciso rever esta situação, uma vez que a Reforma Agrária no Estado de Goiás encontra-se ameaçada e encarcerada.
É preciso rever esta situação, uma vez que a Reforma Agrária no Estado de Goiás encontra-se ameaçada e encarcerada.
Diante do exposto, já
estamos completando 3 meses de angústias pessoais e a busca pela liberdade dos
companheiros. Apesar de estar tendo um acompanhamento de advogados
especialistas, temos encontrado muitas dificuldades para garantir o pagamento
dessa assessoria jurídica. Estamos buscando apoio e a solidariedade de amigos e
entidades para ajudar a pagar esses custos financeiros. Gostaríamos de pedir a vossa
contribuição no valor que for possível.
Certos de contarmos mais uma
vez com a vossa valorosa compreensão, agradecemos.
Direção MST-GO
Contato para maiores informações: (62) 3877 - 7647. Falar com Valdivino ou Morgana ou pelo E-mail:jamantamst@yahoo.com.br
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