quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Campanha de solidariedade aos camaradas do MST presos injustamente em Goiânia



Goiânia, 01 de fevereiro de 2013.

Solicitação Emergencial,

Aos amigos e amigas,

No dia 13 de Novembro de 2012 no Assentamento Canudos localizado no município de Palmeiras de Goiás, no Estado de Goiás foram presas as pessoas de Belchior Viana Gonçalves e Paulo Roberto de Sousa, com preventiva decretada pelo magistrado Alderico Rocha Santos, em substituição, na 11ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Goiás foi fundamentada pela garantia da ordem pública, da aplicação da lei e da conveniência da instrução criminal.
Os dois companheiros são lideranças locais e estão sendo acusados de desvios de recursos públicos, estelionatos, intimidação e ameaças, e formação de quadrilha.  Estas prisões são reflexos da história de luta pela terra e para permanecer nela no Assentamento Canudos. Refletem também a ausência da política pública de Reforma Agrária no Estado de Goiás.
Perderam o direito de liberdade, o mais relevante e sagrado de todos os direitos da pessoa humana. Não puderam argumentar, apresentar seus fatos, as contradições e suas circunstâncias antes da medida coercitiva Estatal.
Os dois são lideranças do Assentamento Canudos. Defendem e praticam a agroecologia, a produção na forma de cooperação, a condução ética e transparente dos projetos sejam de financiamento público ou privado e têm o respaldo e apoio da grande maioria das famílias assentadas de lá. Contribuem na articulação, apoio e motivação para viabilizar um conjunto de políticas de compras de alimentos implementados pelo governo federal.
Nunca responderam a nenhum processo administrativo ou judicial por qualquer motivo que fosse. Sempre participaram das atividades organizativas, culturais e produtivas do assentamento. Seus lotes são referências de produção, sempre visitados por pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento. Ou seja, são pessoas da política, da vida orgânica do Assentamento Canudos e do Movimento Sem Terra. Por isso, obviamente, contrariam interesses, o que é normal numa sociedade de poder e de lutas de classes. Referidos interesses, por outro lado, primam pelo desvio ético-legal e o anonimato. Objetivam o fim da Reforma Agrária, o fortalecimento do latifúndio e a destruição dos movimentos sociais do Campo. Assim, é preciso repensar a Reforma Agrária. Reforma Agrária não é caso de polícia. É política constitucional da ordem econômica; é esteio do desenvolvimento de uma nação.
A prisão preventiva de Belchior e Paulo é a absoluta confirmação de que as autoridades do executivo, legislativo e judiciário ainda não conhecem a cultura do desenvolvimento sustentável, humano e agroecológico do campo.
É preciso rever esta situação, uma vez que a Reforma Agrária no Estado de Goiás encontra-se ameaçada e encarcerada.
Diante do exposto, já estamos completando 3 meses de angústias pessoais e a busca pela liberdade dos companheiros. Apesar de estar tendo um acompanhamento de advogados especialistas, temos encontrado muitas dificuldades para garantir o pagamento dessa assessoria jurídica. Estamos buscando apoio e a solidariedade de amigos e entidades para ajudar a pagar esses custos financeiros. Gostaríamos de pedir a vossa contribuição no valor que for possível.

Certos de contarmos mais uma vez com a vossa valorosa compreensão, agradecemos.


Direção MST-GO

Contato para maiores informações:  (62) 3877 - 7647. Falar com Valdivino ou Morgana ou pelo E-mail:jamantamst@yahoo.com.br

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