segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Nota de Repúdio do Fórum de Reforma Agrária e Justiça no Campo de Goiás ao Governo Federal



  Goiânia, 09 de novembro de 2012.

NOTA DE REPÚDIO

O Fórum Estadual pela Reforma Agrária e Justiça no Campo de Goiás é um  espaço de articulação política em apoio  à luta pela Reforma Agrária, agricultura familiar camponesa e contra o latifúndio.  Por isso, ao desempenhar tal papel, o Fórum vem,  em nota, REPUDIAR as ações do governo federal,  chefiado pela  presidenta Dilma Rousseff. Tais ações se referem à aplicação de cortes seguidos nos  orçamentos do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e  aprofundamento do processo de sucateamento do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).Nos últimos quatro anos, o país  tem assistido a um verdadeiro desmonte e sabotagem das políticas de reforma agrária. Estas ações são protagonizadas pelo governo federal, que vem terceirizando e esvaziando as ações do MDA, além de não  promover concursos públicos para o referido Ministério e para o INCRA  – que, por sua vez, tem sido bombardeado por uma série de normativas, decretos, que inibem ações  para promoção e estruturação da Reforma Agrária.Há processos de desapropriação e de aquisição  que estão caducando em Brasília por falta da emissão do decreto presidencial ou emissão dos TDA’s. Não há condições básicas de trabalho, como falta de tinta para as impressoras, algo visto somente no governo Collor. Tudo isso é um verdadeiro retrocesso!

E,  como se não bastasse,  presenciamos o governo federal  petista negar todo um passado de lutas pela reforma agrária. Um exemplo recente foi ter como “parceira”, na implantação da Empresa Nacional de Assistência Técnica Extensão Rural (EMBRASTER), a senadora Kátia Abreu ( PSD-TO). Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora é  uma adversária histórica do PT e dos movimentos sociais campesinos que lutam pela reforma agrária e pela agricultura familiar, soberania alimentar e territorial. Kátia  agora é tida como “parceira de primeira hora” e tem recebido carta branca para aplicar na agricultura familiar o que pratica no chamado “agronegócio”: devastação ambiental, envenenamento dos alimentos e do solo e a manutenção do latifúndio que concentra renda e serve apenas ao capital internacional.E este descaso e mudança de posicionamento do governo do PT se reproduzem em Goiás, como a conduta de seu diretório estadual, que, salvo algumas exceções, se limitam a fazer negociações pontuais de grupos específicos, mas se calam e se omitem diante da questão central - inclusive no que diz respeito ao governo estadual de Goiás. A Assistência Técnica e Extensão Rural em Goiás, bem como a situação dos assentados e agricultores familiares, tornou-se um problema de calamidade pública.Os movimentos não querem e nunca quiseram eleger mandatos somente, mas,  sim, criar mecanismos para a construção do poder popular sem perder valores e princípios ou abandonar bandeiras históricas de luta, em que muitos derramaram seu sangue.

Por isso, REPUDIAMOS O GOVERNO FEDERAL DO PT e sua falta de compromisso com sua história, deixando claro o posicionamento do FÓRUM ESTADUAL PELA REFORMA AGRÁRIA E JUSTIÇA NO CAMPO DE GOIÁS.  O Fórum está disposto mais que nunca a lutar por uma sociedade justa e sem opressão, onde todos tenham dignidade e onde a vida seja respeitada, com o fim do latifúndio e com a produção de alimentos saudáveis. Isso garantirá a soberania e a segurança alimentar e territorial. E, para aqueles que ainda não abandonaram seus princípios e estão dispostos  a defender tudo isso que acreditamos, temos algo muito importante para dizer-lhes. O tempo do diálogo está passando. Então, VAMOS À LUTA, POIS QUEM NÃO É A FAVOR, É CONTRA!

Fórum de Reforma Agrária e Justiça no Campo de Goiás

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