segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Pois é a reforma agrária andou. Para trás....


*Por Marcel Farah

O modelo de desenvolvimento desta coalizão governamental é desenvolvimentista conservador. O PT é o que ainda segura a coalizão governamental do descarrilhamento total para a direita, e por isso precisa de uma posição hegemônica dentro do governo. Isso é evidenciado pela disposição da base governista de combater o PT nas eleições de 2012.

A esquerda petista é representada por grupos referenciados pelos movimentos sociais, identificados com o socialismo e defensores de uma estratégia democrática popular baseada em um desenvolvimento com reformas de base que permitam construirmos uma correlação de forças favorável á superação do capitalismo e suas relações sociais.

O ano de 2013 será ano de eleição interna no PT. Ocorrerá no final do segundo semestre o famoso Programa de Eleições Diretas.

Oportunidade única para retomar o diálogo institucional sobre a necessidade estratégica de construção do socialismo a partir de uma programa de reformas estruturais, dentre as quais a reforma agrária, e retomá-la como pauta central do Governo a partir da atuação do PT como um todo em direção à superação das amarras da governabilidade institucional da qual depende o governo e usa como desculpa para emperrar as reformas.

Além de fortalecer a luta dos movimentos sociais populares e da classe trabalhadora em geral temos que, a partir do trabalho de base, fazer atividades de formação que aprofundem nosso conhecimento da realidade e nossa capacidade de análise sobre o momento em que vive o capitalismo brasileiro e mundial, e aumentem a capacidade de organização popular a partir de uma estratégia que unifique as diversas forças sociais, mas que vá sendo construída na luta e na reflexão.

Não podemos nos pautar por estratégias pré-ideologizadas e que desunifiquem pelo sectarismo de alguns setores que se reivindicam mais de esquerda do que outros e busquem soluções ditas radicais que levem ao precipício, como a ideia de rompimento com o Governo Federal.

Esta saída, espetacular, permitiria a consolidação da hegemonia conservadora hoje sem representação partidária em nossa sociedade, mas com representação na mídia e outros setores conservadores cujo um dos bons exemplos foram as reações que tiveram ao PNDH3 (agronegócio, igreja, milicos etc).

Neste caso teríamos novamente partidos reivindicando a representação destes setores e do próprio Governo frente a um PT, que neste caso perderia sua base social, enfraquecido.

A saída que vejo neste cenário é a construção das bases para retomada de um processo de enfrentamento do conservadorismo via estratégia de conscientização e reconstrução de uma estratégia de esquerda, separando o que é e o que representa a direita hoje na sociedade e no estado como um todo, legislativo, judiciário e executivo.

Afinal com Joaquim Barbosas e Silas Malafaias, se acabamos com o pouco que temos de poder estatal no executivo, estamos entregando, de mão beijada, todo o ouro ao bandido e assumindo que lutaremos apenas com pedras e paus contra poderosas metralhadoras de opinião conservadora, tanques de belas leis que retiram direitos e jatos de desconsideração da existência de movimentos sociais por parte de um executivo novamente conservador, como o fora em tempos neoliberais plenos.

Lutemos pela reforma agrária popular. Lutemos pela disputa do PT. Lutemos pelo giro do governo à esquerda apoiado em amplas e fortalecidas bases sociais.

Em 03 de dezembro de 2012

Marcel Farah -Educação Popular RECID.

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