quarta-feira, 27 de junho de 2012

Reunião com Movimentos Populares de Goiás fecha programação e assessoria do Seminário sobre concepções de poder popular e a luta de classes em Goiás


Reunião com Movimentos Populares – 25 de junho de 2012
Casa da Juventude- 18h30 às 21h30
Pauta:
1-    Informes
2-    Encontro de Fomação: Concepção de Projeto Popular e Luta de Classes
3-    Fórum do Grito dos Excluídos
4-    Divulgação do Manifesto: Fora Marconi

-Informes:
Foto da reunião
1.1- Os fóruns de Educação de Jovens e Adultos da Região Centro-Oeste, realizarão  o seu  II Encontro  Regional – EREJA, entre os dias 08 a 10 de novembro em Goiânia-GO, e convida a Recid da região para articular uma discussão sobre Educação Popular e Projeto Popular no encontro.  A recid-GO ficou com a tarefa de dialogar com os demais estados a possibilidade da realização dessa atividade, bem como uma maior articulação entre Fóruns de EJA e Recid’s.

1.2- Dia 04-07,a FETRAF realizará formação sobre crédito fundiário para agricultores familiares;

1.3- No dia 26 de junho, às 15h, o comando local de greve da UFG, da  realizará Marcha pela Educação, reinvindicando melhoria pelas condições de trabalho e ampliação da universidade com qualidade. A concentração será no Hospital das Clínicas com destino à Praça Cívica. Indicação de divulgar o Manifesto por nós elaborado nessa atividade.

1.4- Partilha dos educadores/militantes que participaram da cúpula dos povos (Joana-Fetraf, Ana Lúcia- Via Campesina e Ângela Cristina- Recid/Assembleia Popular/Fórum do Grito dos Excluídos) Indicação de elaboração de um texto reflexivo sobre a percepção do grupo em relação a essa atividade.

2- Encontro de Formação - Concepção de Projeto Popular e Luta de Classes em Goiás, que acontecerá no dia 07 de julho, na Casa da Juventude Pe. Burnier (11ª Avenida, nº 953 – Setor Universitário, Goiânia-GO), de 08h às 18h, organizado pelo Fórum de Movimentos Populares e Recid;

Apresentação discussão da proposta  metodológica, abaixo:

Horas
ATIVIDADE
METODOLOGIA
Objetivo
8:00h
Café


8:30h
Mística
Funeral de um lavrador – encenação;

9h00
Painel da classe trabalhadora
Construir um painel dos avanços, limites e desafios da classe trabalhadora em Goiás
-Perceber a partir dos sujeitos quais os avanços e os limites da classe trabalhadora
09h15
Roda de Conversa:

Compreendendo a História Recente
Ampliação do assessor a partir do painel.
 Assessor:
 SelvinoHeck – A partir do Estado; e Zelito- A partir da Sociedade Civil
-Compreender as mudanças que o Brasil passou no último período – especialmente início do século XXI, bem como contradições da história recente no Brasil e em Goiás
10h00
Debate


10h40
Conceito de classe trabalhadora
 Assessoria: Ana Lucia (Eldorados dos Carajás)
,Debatedor: Pinheiro Salles

-Resgatar os conceitos de classe trabalhadora;
-Identificar os atuais desafios da classe no Brasil e em Goiás;
12h30
Almoço


14:00
Apresentação de vídeo dos movimentos populares de Goiás sobre Projeto Popular.
 Fórum de Mov. Populares de Goiás
-Motivar o debate sobre concepção de projeto popular
14h20
Concepção de Projeto Popular
Assessoria: Nei - MST
-Aprofundar as concepções de projeto popular
16h00
Lanche






16h15
Ampliação do Assessor


16:40
Considerações finais






17:00
Avaliação/Encaminhamentos



Encaminhamentos:
ü  Coordenação do Encontro: Pessoas de referência- Ângela, Ana Lúcia, Iris, André e Toim;
ü  Ambientação: Bandeiras e símbolos dos movimentos e da luta popular;
ü  Mística: Pessoas de referência- Pedro e Joana;
ü  Infraestrutura: Recid-GO- Pessoa de referência: Arilene
ü  Comunicação: Referência - Pedro e Jefferson
ü  Registros/relatoria: Janaina
ü  Divulgação: 05 pessoas de cada organização popular que compõe o Fórum;
ü  Público: Educadores Populares/Militantes
ü  Prazo para confirmação da presença: Dia 03 de julho até meia-noite;

3-Grito dos Excluídos:
No dia 07 de setembro acontecerá a 18ª edição do Grito dos Excluídos/as, com o tema: Vida em Primeiro Lugar e lema: Queremos um Estado a serviço da Nação que garanta Direitos a toda população. O Fórum do Grito dos Excluídos informa que a equipe de coordenação/organização da mobilização está fragilizada e propõe que o Fórum dos Movimentos Populares assuma a tarefa de puxar o ato, por compreender que esse segundo fórum está discutindo os mesmos anseios, e com articulação de diversas organizações populares;
Encaminhamentos:
ü  A coordenação do Fórum do Grito dos Excluídos elaborará uma carta até o dia 29/06 para os coletivos do fórum dos movimentos populares contextualizando a mobilização do dia 07 de setembro, bem como a proposta que será discutida nos grupos e devolvida no Encontro dos Movimentos Populares do dia 07 de julho, na Caju.
4-Manifesto:
Reproduzir e divulgar nas organizações populares, marchas, atos, etc. o manifesto.


Arte para divulgação do Seminário


Fórum dos Movimentos Populares e Recid-GO

Estudantes, Técnico e Professores da UFG que estão em Greve realizam Marcha pela Educação em Goiânia


*Por Pedro Ferreira
Ainda no mês de maio foi deflagrado um movimento nacional de greve nas universidades federais pelo Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior – ANDES que logo se espalhou amplamente por varias universidades, o que inicialmente era um movimento dos professores logo teve a adesão dos estudantes como também dos técnicos em alguns estados. Além do apoio e solidariedade de diversos setores dos movimentos populares.
A palavra de ordem da Greve é “Em defesa da Educação e contra as condições precárias nas universidades. Todos defendem a ampliação das universidades federais, mais não tal como o governo petista vem fazendo com o REUNI e outros programas - Quem tem feito uma falsa ampliação, precarizando o ensino e as condições de trabalho de técnicos e professores.
A Greve em Goiás
Atropelando a direção do PROIFIS e a política oportunista da atual direção do DCE da UFG, professores, Técnicos e estudantes conseguiram articular um amplo movimento grevista na universidade federal de Goiás que tem atuado cotidianamente lutando pelas pautas apresentadas. Colocando em movimento um setor importante da classe trabalhadora pontuando e denunciando a atual política educacional que o governo do PT/PMDB/ PC DO B tem implementado no Brasil e em Goiás.
Como fruto desse processo ocorreu nesta terça-feira (26/06) em Goiânia uma Marcha pela Educação organizada pelos estudantes, técnicos e professores da UFG. Mesmo com um golpe dos setores governista que dizem representar os trabalhadores e estudantes - E que trabalharam como pôde para desmobilizar, a marcha aconteceu. Com gritos e palavra de ordens, estudantes, técnicos e professores saíram em marcha do Hospital das Clinicas até o coreto da praça cívica onde a marcha foi encerrada com uma roda de avaliação da atividade pelos participantes.
A luta para além dos muros da universidade
Essa mobilização marca uma nova etapa da greve na UFG, pois é o primeiro momento que o movimento sai dos muros da universidade e vai para as ruas mostrar para população o descaso do governo com a educação no nosso país. Apesar de modesta, a mobilização mostrou sua força contando com o apoio da população que acompanhava das calçadas e do transito a movimentação.
Mas também percebemos que é preciso mais, é preciso que todos os setores de luta da classe trabalhadora se somem as futuras mobilizações, pois o problema da precarização, mercantilização e sucateamento da educação no nosso país não são meramente um problema de estudantes e professores. Até o momento o governo federal só acenou com uma possibilidade de sentar para negociar com os grevistas, mas isso tem ficado só na promessa. Por tanto não há outra saída a não ser continuar com as mobilizações até a vitória.
*Pedro Ferreira - Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Marcha pela Educação - Federais em Greve

Nesta terça-feira (26/06) a partir das 15h00, Concentração em frente ao Hospital das Clinicas (St. Universitario) - Goiânia - GO.

http://www.facebook.com/events/271821246258734/?notif_t=plan_user_invited

CARTA DENÚNCIA DOS POVOS INDÍGENAS DE MATO GROSSO DO SUL




NO ACAMPAMENTO TERRA LIVRE/CÚPULA DOS POVOS/RIO+20

O Estado brasileiro não mede esforços para mostrar ao mundo um Brasil que não existe. Na defesa do sistema do grande capital, camuflam índices desenvolvimentistas que não revelam as desigualdades internas, os problemas estruturais, muito menos, o estado de genocídio ao qual os povos indígenas estão submetidos.
Juntos somos a segunda maior população indígena do país. Representamos mais de 80% da diversidade étnica e cultural do Estado de Mato Grosso do Sul. Entretanto, nossos povos são excluídos desta sociedade por um racismo histórico e que faz parte do senso comum desta sociedade que nos deve as raízes de sua formação.
Após a guerra do Paraguai fomos sendo confinados em pequenas reservas integracionistas e com isso todo o nosso território foi invadido por não índios e hoje possuímos a menor situação de terras e territórios demarcados do país.
O Estado brasileiro é perverso, pois conhece a nossas necessidades territoriais, sabe que em tudo dependemos destes territórios, que neles encontramos o sentido de nossa existência e o futuro das crianças que nascerão amanhã. No entanto, o Estado que deveria nos proteger e constitucionalmente demarcar nossas terras acabou por entregá-las aos fazendeiros/grileiros que hoje se passam por “bons” proprietários, mas continuam a ameaçar e a assassinar nossas lideranças, nos fazendo de escravos, derrubando as matas, matando os animais e poluindo os rios.
Na sua falta de decisão política de garantir nossos direitos, o Estado brasileiro nos submete à pior realidade de violência contras os povos indígenas da América. Nos últimos anos, 60% dos assassinatos de indígenas no Brasil ocorreram contra nossos povos devido à realidade de confinamento e ao processo de luta pela reconquista de nossas terras. Mato Grosso do Sul amarga o maior índice de lideranças indígenas assassinadas na luta pela terra nos últimos 30 anos. O desespero de nosso povo é tamanho que a cada nove dias um indígena se suicida em Mato Grosso do Sul.
Não aceitaremos mais que a opção desenvolvimentista histórica do Estado brasileiro e de Mato Grosso do Sul com seus governos truculentos e mentirosos continuem a promover a espoliação de nossas terras e o genocídio de nossas famílias.

ESTAMOS EM GUERRA!

Não por decisão nossa, mas porque os poderosos a impuseram já há muito tempo.
Por isso, nós Povos indígenas Kaiowá, Terena, Guarani, Ofaié, Kadiweu, Kinikinau e Guató, reunidos no Acampamento Terra Livre/Cúpula dos Povos, vimos através deste documento não apenas denunciar aos povos e nações do mundo, organizações e comissões nacionais e internacionais de direitos humanos o genocídio praticado pelo Estado brasileiro contra nossos povos, mas exigir:

Do Poder executivo, na pessoa da Presidente da República, Sra. Dilma Rousseff:

- a imediata publicação, pela Funai, dos Relatórios Circunstanciados de Identificação dos Tekohas (terras tradicionais) Kaiowá e Guarani, produzidos pelos 6 Grupos de Trabalho no Cone Sul;
- o imediato avanço nos processos administrativos de demarcação das terras indígenas Taunai Ipegue, Lalima, Nioaque, Buriti, Pilad de Rebuá, Potrero Guasu, Sombrerito, Taquara, Água Limpa, Aldeinha, Guyraroka, Jatayvari, Kokuei e Cachoeirinha;
- que a Polícia Federal prenda os assassinos de nossas lideranças mortas na luta pela terra, principalmente os representantes políticos, policiais e ruralistas envolvidos nos assassinatos;
- que a Funai e a Sesai deem todo o atendimento necessário aos acampamentos indígenas localizados à beira de estradas, sitiados em fazendas ou refugiados dentro de áreas urbanas ou aldeias e não use argumentos inconstitucionais de que “trata-se de área em litígio”;
- que, no uso de sua atribuição constitucional realize, com a máxima urgência, através da Força Nacional, a desintrusão dos não índios das nossas terras já declaradas dos povos Terena, Kaiowá e Guarani, Kadiweu e Ofaié. Caso haja processo judicial que nossos povos aguardem a decisão dentro dos territórios, e os não índios fora;
- que seja constituído o GT para identificar as terras do povo Kinikinau;
- que nenhuma outra PCH (Pequena Central Hidrelétrica) seja construída na região do Pantanal e/ou Cone Sul do Estado. Nossos rios estão morrendo e não há mais peixes para nossos povos;
- que se regularize e homologue a Terra Indígena dos Ofaié e promova, através da Força Nacional, a desintrusão dos não índios;
- que se faça a recuperação ambiental e da fauna dos nossos territórios tradicionais destruídos e envenenados pelo agronegócio;
- que nossas lideranças e comunidades sejam protegidas pela Força Nacional especializada, uma vez que o Programa de Proteção dos Defensores dos Direitos Humanos (PPDDH) da Secretaria de Direitos Humanos – SDH, não desenvolve nenhuma ação efetiva junto às nossas 3 lideranças e comunidades inclusas mantendo-as em situação de risco;
- que haja igual atendimento por parte da Funai e da Sesai às comunidades e aldeias localizadas nas cidades;
- queremos também repudiar a forma como vêm sendo implantados os territórios etnoeducacionais que em nada respeitam a diversidade de nossos sistemas educacionais próprios, e que criminalizam e desrespeitam nossos professores;
- que a assessoria da Funai no Congresso Nacional seja melhor qualificada no monitoramento ao andamento das casas e nos informes sistemáticos aos nossos povos;
- a promoção de ações afirmativas para a permanência dos acadêmicos indígenas em Mato Grosso do Sul;

         Do Poder Judiciário, na pessoa do Presidente do Supremo Tribunal Federal, Sr. Ayres Britto:

- que os processos envolvendo a posse de nossas terras tradicionais no Mato Grosso do Sul tenham prioridade nos seus julgamentos, pois a morosidade de até 30 anos nestes casos está custando a vida de nossas lideranças, crianças e jovens;
- que recomende ao CNJ ações de combate à morosidade judiciária em outras instâncias e a violação de nossos direitos por parte de magistrados parciais e que tratam destes como algo secundário.
- que se julgue, com a máxima urgência, as ações judiciais envolvendo as Terras Indígenas dos Kadiweu, Nhanderu Marangatu, Cachoeirinha e Arroyo Korá;




        Do Poder Legislativo, na pessoa dos Presidentes do Senado e Câmara Federal, Sr. José Sarney e Sr. Marco Maia:

- que os Projetos de Lei e PECs que violam nossos direitos constitucionais sejam imediatamente arquivados, como é o caso do PL 1610/96, da PEC 215/00 e PC 38/99;
- que todos os grandes projetos que incidam sobre nossas terras respeitem a Constituição Federal e sejam executados somente após consulta prévia, livre, informada e com poder de veto, além de aprovação do Congresso Nacional;
- que a bancada indigenista e a comissão de direitos humanos do Congresso Nacional continuem fazendo diligências em nossas comunidades.

Tudo o que temos hoje conquistamos através do sangue de nossas lideranças e da pressão internacional sobre o Estado brasileiro, por isso queremos conclamar os povos do mundo a promover sanções contra o Brasil para que este, ao menos, cumpra suas obrigações constitucionais em relação aos nossos direitos humanos e territoriais.
Na recente UPR (Revisão Periódica Universal) vários países recomendaram ao Brasil respeito aos Povos indígenas e demarcação de suas terras, por isso, queremos pedir a estes, que todo financiamento, empréstimo ou qualquer tipo de apoio financeiro ao Brasil, que incida sobre nossas terras, seja bloqueado até que o governo as regularize pela força.
Apesar de toda violência e morte a que estão submetidas nossas comunidades, confinadas ou acampadas à beira das estradas, testemunhamos a certeza de que com a força de Ñandejara, partilharemos nossos projetos de Bem Viver, em paz, com dignidade, autonomia e liberdade.

Caciques e lideranças indígenas dos povos
Kaiowá, Guarani, Terena, Kadiweu, Kinikinau, Ofaié e Guató

Conselho do Aty Guasu
Conselho de luta pela terra dos povos do Pantanal

21 de junho de 2012
Rio de Janeiro

Em defesa dos bens comuns, contra a mercantilização da vida



Movimentos sociais e populares, sindicatos, povos, organizações da sociedade civil e ambientalistas de todo o mundo presentes na Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, vivenciaram nos acampamentos, nas mobilizações massivas, nos debates, a construção das convergências e alternativas, conscientes de que somos sujeitos de uma outra relação entre humanos e humanas e entre a humanidade e a natureza, assumindo o desafio urgente de frear a nova fase de recomposição do capitalismo e de construir, através de nossas lutas, novos paradigmas de sociedade. 

A Cúpula dos Povos é o momento simbólico de um novo ciclo na trajetória de lutas globais que produz novas convergências entre movimentos de mulheres, indígenas, negros, juventudes, agricultores/as familiares e camponeses, trabalhadore/as, povos e comunidades tradicionais, quilombolas, lutadores pelo direito à cidade, e religiões de todo o mundo. As assembleias, mobilizações e a grande Marcha dos Povos foram os momentos de expressão máxima destas convergências. 

As instituições financeiras multilaterais, as coalizões a serviço do sistema financeiro, como o G8/G20, a captura corporativa da ONU e a maioria dos governos demonstraram irresponsabilidade com o futuro da humanidade e do planeta e promoveram os interesses das corporações na conferência oficial. Em constraste a isso, a vitalidade e a força das mobilizações e dos debates na Cúpula dos Povos fortaleceram a nossa convicção de que só o povo organizado e mobilizado pode libertar o mundo do controle das corporações e do capital financeiro. 

Há vinte anos, o Fórum Global, também realizado no Aterro do Flamengo, denunciou os riscos que a humanidade e a natureza corriam com a privatização e o neoliberalismo. Hoje, afirmamos que, além de confirmar nossa análise, ocorreram retrocessos significativos em relação aos direitos humanos já reconhecidos. A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos, a democracia e a natureza, sequestrando os bens comuns da humanidade para salvar o sistema econômico-financeiro. 

As múltiplas vozes e forças que convergem em torno da Cúpula dos Povos denunciam a verdadeira causa estrutural da crise global: o sistema capitalista patriarcal, racista e homofóbico. 

As corporações transnacionais continuam cometendo seus crimes com a sistemática violação dos direitos dos povos e da natureza com total impunidade. Da mesma forma, avançam seus interesses através da militarização, da criminalização dos modos de vida dos povos e dos movimentos sociais promovendo a desterritorialização no campo e na cidade. 

Da mesma forma, denunciamos a dívida ambiental histórica que afeta majoritariamente os povos oprimidos do mundo, e que deve ser assumida pelos países altamente industrializados, que ao fim e ao cabo, foram os que provocaram as múltiplas crises que vivemos hoje. 

O capitalismo também leva à perda do controle social, democrático e comunitário sobre os recursos naturais e serviços estratégicos, que continuam sendo privatizados, convertendo direitos em mercadorias e limitando o acesso dos povos aos bens e serviços necessários à sobrevivência. 

A dita “economia verde” é uma das expressões da atual fase financeira do capitalismo que também se utiliza de velhos e novos mecanismos, tais como o aprofundamento do endividamento publico-privado, o superestímulo ao consumo, a apropriação e concentração das novas tecnologias, os mercados de carbono e biodiversidade, a grilagem e estrangeirização de terras e as parcerias público-privadas, entre outros. 

As alternativas estão em nossos povos, nossa história, nossos costumes, conhecimentos, práticas e sistemas produtivos, que devemos manter, revalorizar e ganhar escala como projeto contra-hegemônico e transformador. 

A defesa dos espaços públicos nas cidades, com gestão democrática e participação popular, a economia cooperativa e solidária, a soberania alimentar, um novo paradigma de produção, distribuição e consumo, a mudança da matriz energética, são exemplos de alternativas reais frente ao atual sistema agro-urbano-industrial. 

A defesa dos bens comuns passa pela garantia de uma série de direitos humanos e da natureza, pela solidariedade e respeito às cosmovisões e crenças dos diferentes povos, como, por exemplo, a defesa do “Bem Viver” como forma de existir em harmonia com a natureza, o que pressupõe uma transição justa a ser construída com os trabalhadores/as e povos. 

Exigimos uma transição justa que supõe a ampliação do conceito de trabalho, o reconhecimento do trabalho das mulheres e um equilíbrio entre a produção e reprodução, para que esta não seja uma atribuição exclusiva das mulheres. Passa ainda pela liberdade de organização e o direito à contratação coletiva, assim como pelo estabelecimento de uma ampla rede de seguridade e proteção social, entendida como um direito humano, bem como de políticas públicas que garantam formas de trabalho decentes. 

Afirmamos o feminismo como instrumento da construção da igualdade, a autonomia das mulheres sobre seus corpos e sexualidade e o direito a uma vida livre de violência. Da mesma forma, reafirmamos a urgência da distribuição de riqueza e da renda, do combate ao racismo e ao etnocídio, da garantia do direito à terra e ao território, do direito à cidade, ao meio ambiente e à água, à educação, à cultura, à liberdade de expressão e democratização dos meios de comunicação.

O fortalecimento de diversas economias locais e dos direitos territoriais garantem a construção comunitária de economias mais vibrantes. Estas economias locais proporcionam meios de vida sustentáveis locais, a solidariedade comunitária, componentes vitais da resiliência dos ecossistemas. A diversidade da natureza e sua diversidade cultural associada é fundamento para um novo paradigma de sociedade. 

Os povos querem determinar para que e para quem se destinam os bens comuns e energéticos, além de assumir o controle popular e democrático de sua produção. Um novo modelo enérgico está baseado em energias renováveis descentralizadas e que garanta energia para a população e não para as corporações. 

A transformação social exige convergências de ações, articulações e agendas a partir das resistências e alternativas contra-hegemônicas ao sistema capitalista que estão em curso em todos os cantos do planeta. Os processos sociais acumulados pelas organizações e movimentos sociais que convergiram na Cúpula dos Povos apontaram para os seguintes eixos de luta: 

- Contra a militarização dos Estados e territórios; 
- Contra a criminalização das organizações e movimentos sociais; 
- Contra a violência contra as mulheres; 
- Contra a violência às lesbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros; 
- Contra as grandes corporações; 
- Contra a imposição do pagamento de dívidas econômicas injustas e por auditorias populares das mesmas; 
- Pela garantia do direito dos povos à terra e território urbano e rural; 
- Pela consulta e consentimento livre, prévio e informado, baseado nos princípios da boa fé e do efeito vinculante, conforme a Convenção 169 da OIT; 
- Pela soberania alimentar e alimentos sadios, contra agrotóxicos e transgênicos; 
- Pela garantia e conquista de direitos; 
- Pela solidariedade aos povos e países, principalmente os ameaçados por golpes militares ou institucionais, como está ocorrendo agora no Paraguai; 
- Pela soberania dos povos no controle dos bens comuns, contra as tentativas de mercantilização; 
- Pela mudança da matriz e modelo energético vigente; 
- Pela democratização dos meios de comunicação; 
- Pelo reconhecimento da dívida histórica social e ecológica; 
- Pela construção do Dia Mundial de Greve Geral. 

Voltemos aos nossos territórios, regiões e países animados para construirmos as convergências necessárias para seguirmos em luta, resistindo e avançando contra o sistema capitalista e suas velhas e renovadas formas de reprodução. 

Em pé, continuamos em luta! 
Rio de Janeiro, 15 a 22 de junho de 2012. 

Cúpula dos Povos por Justiça social e ambiental em defesa dos bens comuns, contra a mercantilização da vida.

Servidores do Incra e DFDA em Goiás aderem à greve nacional


A partir de amanhã, 26/6, os servidores efetivos da Superintendência Regional do Incra em Goiás e da Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário paralisam suas atividades de rotina por tempo indeterminado. Para marcar o dia, os servidores promoverão ato público em defesa do órgão e de melhores condições de trabalho às 9h na porta do Incra em Goiânia (Av. João Leite, nº 1.500, St. Santa Genoveva).

Na ocasião, políticos ligados à causa agrária, líderes de movimentos sociais de luta pela terra e representantes de outros órgãos públicos federais que estão em greve ou com indicativo de greve aprovado, como professores da UFG e técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), estarão mobilizados, participando coletivamente do ato em prol da reforma agrária e de melhores condições de trabalho nos órgãos públicos federais.

Das 30 superintendências regionais do Incra em todo o Brasil, 20 estão em greve, inclusive a Sede, em Brasília. Todas as 26 Delegacias Federais do Desenvolvimento Agrário mais os servidores efetivos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, na capital federal, estão parados a mais de uma semana.
  

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Seminário sobre Concepções de Poder Popular e a Luta de Classes em Goiás




Data: 7 de Julho de 2012
Local: Casa da Juventude de Goiânia
Horário: Dás 08h ás 18h

Objetivo do Seminário

*Entender a concepção de projeto popular que queremos para Goiás e para o Brasil a partir da luta da classe trabalhadora.
* Perceber a partir dos sujeitos quais os avanços e os limites da luta da classe trabalhadora.
* Compreender as mudanças que o Brasil passou nos últimos períodos bem como as Contradições da historia recente.
* Resgatar os conceitos de classe trabalhadora.


PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO



Horas
ATIVIDADE
METODOLOGIA
8h
Café

8h30
Mística

9h
Painel da classe trabalhadora
Construir um painel dos avanços, limites e desafios da classe trabalhadora em Goiás
09h15
Roda de Conversa:

Compreendendo a História Recente - Os avanços, limites, contradições e desafios atuais da Classe trabalhadora no Brasil e em Goiás
Ampliação do assessor a partir do painel.
 Assessor:
 SelvinoHeck – A partir do Estado; e Zelito- A partir da Sociedade Civil
10h
Debate
 Plenária
10h40
Conceito de classe trabalhadora
 Assessoria: Ana Lucia (Eldorados dos Carajás)
Debatedor: Pinheiro Salles

12h30
Almoço

14h
Apresentação de vídeo dos movimentos populares de Goiás sobre Projeto Popular.
 Fórum de Mov. Populares de Goiás
14h20
Concepção de Projeto Popular
Assessoria: Nei - MST
16h
Lanche




16h15
Ampliação do Assessor

16:40
Considerações finais

 17h
 Avaliação/Encaminhamentos

18h
Encerramento