comunicado
nº 006
Greve Docente na UFG
Comando Local de Greve de Goiânia
17/06/2012
Estamos em greve, é fato. O caminho da construção dessa greve,
entretanto, não tem sido suave — o que garantiu o seu sucesso foi a firme
vontade da ampla maioria dos professores da UFG e o empenho incansável de
inúmeros. Enquanto isso, a diretoria da
ADUFG optava por outros encaminhamentos, de modo que a construção da greve
configurava aos poucos um poderoso movimento independente, como há muito tempo
não se via. Foi, em todo caso, essa
divergência entre a direção sindical e o movimento da base o fator responsável
pelo clima tenso e às vezes até hostil que se estabeleceu em alguns momentos e
alguns espaços da Universidade. Mas, em que
pese a diferença de vontades que abalou a relação entre a base e a diretoria
sindical, o Movimento Grevista jamais desejou a cisão da categoria, e por isso
incumbiu o Comando Local de Greve (CLG) de buscar a unidade. Pois bem, a oportunidade surgiu agora, quando
a força do movimento e a massiva expressão de vontade da categoria se
impuseram como sinal autoevidente de sua legitimidade.
Assim, o CLG designou uma “comissão
diplomática” para reunir-se com a Diretoria da ADUFG e negociar. Houve um primeiro encontro na última
sexta-feira, que no início foi tenso, difícil, marcado pela dificuldade da
diretoria do sindicato em reconhecer efetivamente a legitimidade do movimento
grevista na sua forma concreta. Mas aos
poucos, à medida que se acumulavam nos argumentos as evidências da força do
movimento grevista que os professores da UFG vêm construindo, alguns avanços
foram possíveis. Houve um reconhecimento parcial da legitimidade do
movimento grevista, e chegou-se a um pré-acordo na direção da realização
conjunta de uma assembleia. No entanto,
há ainda muitos pontos de divergência que é preciso superar, e uma segunda
reunião de negociação deve acontecer na manhã do dia 18 de junho.
A negociação é, porém, delicada, porque não
é admissível construir a unidade do movimento grevista ao preço da anulação dos
princípios sobre os quais ele se erigiu.
A vontade coletiva que produziu a greve atual se manifesta, por
intermédio de suas ações, também como um conjunto de valores e princípios
norteadores cujo abandono significaria a negação do próprio movimento grevista
em sua essência. Por exemplo, não é
possível ao movimento grevista, sem com isso deixar de existir enquanto movimento
democrático da base, aceitar a exclusão dos colegas não filiados ao sindicato dos
processos decisórios associados ao movimento grevista, ou dos colegas lotados
nos campi fora de sede. Cabe,
portanto, estabelecer as condições mínimas em que é possível o acordo que
estamos buscando neste momento, fixando os princípios cuja negação inviabilizaria
a solução negociada.
No espírito, portanto, da preservação do
caráter democrático do movimento grevista em curso, para efeito do acordo a se
firmar, foram consideradas como condições irrenunciáveis as seguintes:
1.
a assembleia deve ser uma
Assembleia Geral, em que todos os professores da UFG, sem qualquer distinção,
tenham direito a voz e voto;
2.
as deliberações serão decididas
pelo voto de todos os presentes, não sendo admissível o voto por procuração.
Além disso, há que se negociar ainda
algumas questões mais pontuais, ligadas por exemplo ao reconhecimento da
legitimidade do movimento e à forma da condução da próxima assembleia. Outras informações serão divulgadas quando
estiverem disponíveis.
Comando de Greve
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