Grito dos Excluídos 2012 em Goiânia
*Por Pedro Ferreira
Ao contrário de milhares de
brasileiros que resolveram relaxar no feriado prolongado ou de outros
tantos que foram ver o desfile oficial, militantes dos movimentos
populares, pastorais sociais entre outras organizações da classe
trabalhadora brasileira saíram as ruas para protestar e lutar contra
essa realidade cada dia mais cruel que usurpa os direitos da classe
trabalhadora e criminaliza a luta do movimento popular.
Em Goiânia logo cedo
milhares de militantes populares se concentraram em frente a assembleia
legislativa de Goiás, onde com uma grande ciranda iniciamos o nosso ato.
Com bandeiras, faixas, cartazes, palavras de ordem, além dos nossos
cantos de luta que fortalece nossa mistica e alimentando nossa alma
tomamos as ruas do centro de Goiânia.
Nossa primeira parada foi
em frente ao monumento em homenagem aos camaradas tombados durante a
ditadura militar - Ouvimos Pinheiro Salles e Zezinho do Araguaia
que trazendo nos corpos as sequelas assim como as lembranças dos
camaradas tombados naquele período. Mas também a força de quem não
desistiu da luta e que ousam gritar - Por justiça ali em frente o poder
judiciário que atua com uma agilidade incrível na criminalização da luta
popular.
Nossa marcha seguiu
adiante, subimos rumo a praça cívica, passamos triunfante ao lado do
desfile cívico oficial - Tremam autoridades, pois nossa marcha de
gigantes só irá sessar quando triunfarmos, por tanto tremam, pois os
vencidos de hoje serão os vencedores de amanhã, já dizia Bertold
Brechet.
Em frente ao Palácio do
governo do estado denunciamos o descaso com a política de educação,
saúde e moradia. Fizemos o enterro simbólico dessas políticas do
governo, pois as mesmas não atendem as necessidades do povo.
Continuaremos na luta contra a privatização da saúde, contra o
sucateamento da educação e por moradia digna a todas e todos.
Sob o sol escaldante do
nosso querido cerrado goiano descemos a avenida Goiás, paramos em frente
ao grande hotel, para protestarmos contra a falta de espaços culturais
para os artistas populares de Goiânia, ao contrario, os espaços
existentes a exemplo do chorinho estão sendo fechados.
Chegamos então na praça do
bandeirante. Anhanguera - Genocida dos povos indígenas, usurpador de
terras e de riquezas - Eis ai o simbolo da elite goiana, um criminoso.
Gritamos contra a criminalização da pobreza e dos movimentos populares,
um grito tão emocionante e indignado como o da mãe que perdera o filho
devido a violência de uma policia fascista a serviço de um
estado fascista. Gritamos também por reforma agrária - Sim ela virá,
mais do que nunca na lei ou na marra!
Por fim escrevemos em um
grande tecido, nossos sonhos, que nada mais é de que as lutas que
fazemos no dia a dia pela construção de uma nova sociedade. Dom
Tomas Balduíno a voz da resistência encerrou dizendo a luta há de
continuar sempre enquanto houver excluídas e excluídos - Ouviu -se então
viva a luta pelo socialismo!
Sim, assim foi o nosso
grito - Queremos e lutaremos por Educação, Saúde, Moradia Digna, Reforma
Agrária e o fim da criminalização da pobreza e dos movimentos
populares. Queremos muito? Não, apenas um estado a serviço da nação que
garanta direito a toda a população. Por tanto gritaremos hoje, amanhã e
sempre. Enquanto for necessário, enquanto houver opressão!
"Se o presente é de luta, o futuro nos pertence." Che Guevara
*Pedro Ferreira - Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista
- Mais fotos no link: Grito dos Excluídos 2012 em Goiânia
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