Após várias tentativas, que terminaram em fracasso, para o pagamento de
uma dívida do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf), junto ao banco Itaú, a senhora Elvira
Cândida de Jesus Pereira decidiu entrar
em jejum, por tempo indeterminado, para permanecer em sua terra. Em
reunião, o Itaú propôs o pagamento de vinte mil reais, reconhecendo assim o
absurdo do valor, de oitenta mil reais, que está sendo cobrado na justiça. Mas,
vinculou o recebimento da dívida à homologação do leilão e ao despejo do casal
Elvira Cândida, João Batista Pereira, três
filhos e o genro; o que foi rechaçado pelos camponeses que lutam pela
pequena propriedade.
Diante disso, ficou claro que banco Itaú não quer receber a dívida, mas,
sim, expulsar a família da terra. Os camponeses querem pagar a dívida junto ao
banco, mas querem, acima de tudo, garantir o direito de permanecer na terra. A
propriedade foi arrematada, por menos da metade do preço, por um empresário do
município de Catalão (GO), dono da Auto
Escola 100% e Despachante Costa, que quer a terra apenas como fonte de lazer e especulação.
A senhora Elvira Cândida está disposta a dar a vida para defender seu
local de moradia e de seus filhos, bem como sua única fonte de sobrevivência.
Em solidariedade à família, o camponês e membro do Movimento Camponês Popular (MCP), Ronaldo Rodrigues da Costa,
também entrou em jejum. Ontem (17), o pastor evangélico, Antônio Carlos dos Santos, e o
estudante do curso de Geografia, da Universidade Federal de Goiás, campus Catalão,
Paulo Cesar Mota, também
iniciaram jejum.
A camponesa Elvira Cândida ainda mantém a esperança no cancelamento do
leilão, mesmo sabendo que o povo brasileiro considera o poder judiciário o mais
injusto, o mais antidemocrático, o mais corporativo e o mais servil aos
interesses dos ricos, como vem ocorrendo no caso do banco Itaú, em Catalão.
Para isso exige que:
1) O banco Itaú peça,
imediatamente, o cancelamento do leilão.
2) O Judiciário de Catalão
cancele o leilão de sua terra.
3) O Ministério da Justiça,
dado ao clima de medo instalado na região, após ação violenta da Polícia
Militar de Goiás e as ameaças sofridas por várias pessoas, intervenha para
garantir a segurança dos ameaçados.
4) O Governo Federal
intervenha junto ao Itaú para que o banco apresente o valor atualizado da
dívida, baseado na resolução 4.028 do Banco Central, que permite a repactuação
de dívidas. Além disso, na propriedade tem investimento do Governo Federal,
através do Programa Minha Casa Minha, e que não consta nos autos do processo do
leilão da terra.
Diante disso, conclamamos a toda a população que seja
solidária com a senhora Elvira Cândida e exija
que o empresário que arrematou a terra, o banco Itaú e o Judiciário anulem o
leilão, permitindo que a família permaneça na terra, produzindo alimentos
saudáveis e diversificados para todos nós. Também convidamos a população para
visitar a senhora Elvira, que se encontra acampada, e em jejum, na praça Getúlio
Vargas, no centro de Catalão, e assine o abaixo assinado de apoio.
"Contra a intolerância dos ricos, a
intransigência
dos pobres”
Quer prestar sua
solidariedade? Entre em contato conosco:
comunicacao@mcpbrasil.org.br ou vá até a praça Getúlio Vargas, no
centro de Catalão.
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